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quinta-feira, 29 de março de 2012

Conversas sobre um humor hipócrita...


Acompanhando uma conversa, entre um humorista e uma jornalista, a respeito de um falso humor praticado ultimamente, me peguei pensando: que comédia e comediantes são esses? Qual é a verdadeira verdade (sem parecer redundante) por de trás dessas palavras?

A problemática em questão era a demissão desse humorista, por ter feito uma piada (considerada infeliz) com a cantora grávida (diga-se de passagem, casada com um empresário e nascida em berço sertanejo). “Eu comeria ela com o bebê e tudo”, foram as palavras ditas por ele. Agora me responda: quantas vezes piadas e chacotas desse tipo foram feitas por outros comediantes, com “pessoas menos importantes” e ninguém disse nada?

Concordo com ele, quando diz que é difícil para o público em geral entender o tipo de humor que ele faz. É difícil compreender que às vezes não é preciso estar fantasiado ou encarnar um personagem para “comediar” uma situação. Além disso, por que podemos falar de forma descontraída sobre umas pessoas e outras não? A posição social “$” é que diz, quem ou quê pode virar piada? A questão aqui não é o assunto abordado e sim, a onça que foi escolhida para ser cutucado com vara bem curta.

O programa continua no ar, as piadas continuam sendo feitas, pelo menos temporariamente, o nível delas não mudou e os homens de preto continuam sustentando o ideário de humor livre, sem amarras. Apoio a atitude e autenticidade dele de se retirar do Custe o Que Custar, afinal de contas a piada pode custar o emprego e a reputação.

O humor deve ter limites, mas que esses limites não sejam financeiros muito menos pessoais. Se não a graça não terá mais graça. 

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