Bom, resolvi escrever este post depois de umas palavras que escutei em um templo religioso.
Sou católica praticante, batizada, fiz primeira comunhão, crismada e há pouco tempo integrante do grupo jovem da igreja. Sei que é difícil falar de religião, mas neste texto quero expressar a minha indignação com a mistura do capitalismo e da fé.
O que preciso dizer é que sou contra ao mercado que se vende em nome de um deus (independente da crença). CD’s, DVD’s, filmes, shows (Padre Marcelo Rossi, Aline Barros...), promessas de se garantir um lugar ao (sol) céu, a esperança de dar o seu dinheiro e ver o divino multiplicá-lo, a religião que promove a politicagem nas eleições e a obrigação da entrega do *dízimo.
“Se continuarmos dando dízimos de R$ 3,00 a igreja não vai pra frente, só vai dar pra pagar as despesas mínimas”, foram mais ou menos essas palavras que escutei do religioso no último domingo. Ao ouvi-las e processá-las senti uma revolta incrível. Porque não é Deus quem diz que devemos dar dinheiro para a igreja, nem mesmo especifica a quantia. Isso é uma questão imposta pelos componentes dessa doutrina. E é necessário entender que aquele que se compromete a fazê-lo sabe o sacrifício que é e o quanto pode dar.
Quer dizer que uma pessoa que possa ajudar somente com R$ 1 é menos digna ou “desdotada” de fé, do aquele que entrega R$ 100? Onde fica a boa vontade? E o mais importante: no meio de tudo isso CADÊ A FÉ?!
Acho que infelizmente a fé e a religião estão perdendo o seu sentido de ser, e diminuindo o seu espaço nesse mercado fanático. Afirmo novamente, SOU CATÓLICA, mas discordo com a superioridade do dinheiro sobre Deus, imposta por alguns a respeito do dízimo (paga quem quer e o quanto pode pagar). Quero saber onde Ele fica nessa história, afinal a fé foi criada e vivida por Ele, e essas regras foram/são criadas pelos “fiéis”.
Juro, que espero ainda um dia poder ver todos os religiosos e religiões viverem sem o luxo que ostentam, e presenciar muito mais a simplicidade do Senhor.
*O dízimo é uma contribuição voluntária, regular, periódica e proporcional aos rendimentos recebidos, que todo batizado deve assumir como obrigação pessoal - mas também como direito - em relação à manutenção da vida da Igreja local onde vive sua fé. - Canção Nova
- MP abre investigação contra Igreja Universal por suposta cobrança de dízimo à presos - http://migre.me/8OHZW
- CNBB pede aos fieis que contribuam com generosidade - http://migre.me/8OHPv
- Exemplo de entrega - http://migre.me/8OHlT